Os comandantes militares da África Ocidental se reuniram em Gana, nesta quinta-feira (17), para coordenar uma eventual intervenção armada contra o golpe no Níger, observou um jornalista da AFP.
Alarmada com o aumento dos golpes militares na região, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) decidiu ativar uma "força de reserva para restaurar a ordem constitucional" no Níger.
A Cedeao instou os líderes do golpe a libertarem o presidente nigerino, Mohamed Bazoum, deposto em 26 de julho, e advertiu que poderá enviar tropas ao país como último recurso, caso as negociações fracassem.
"A democracia é o que defendemos e o que encorajamos", disse o chefe do Estado-Maior da Nigéria, general Christopher Gwabin Musa, durante a reunião de oficiais militares na capital de Gana, Acra.
"O objetivo do nosso encontro não é simplesmente reagir aos acontecimentos, mas traçar, de forma proativa, um caminho que leve à paz e que promova a estabilidade" no Níger, disse ele.
As tropas da Cedeao atuaram em outras crises desde a década de 1990, incluindo guerras civis na Libéria e em Serra Leoa. A Costa do Marfim, Benin e Nigéria devem enviar tropas, mas não se sabe muitos detalhes sobre uma eventual operação no Níger.
O encontro de dois dias dos comandantes do Estado-Maior ocorre depois de um novo episódio de violência neste país atingido pela insurgência jihadista, com uma emboscada de militantes islâmicos que matou pelo menos 17 militares.
Os grupos jihadistas ameaçam a região africana do Sahel há mais de uma década. Apareceram no norte do Mali em 2012 e se expandiram para os vizinhos Níger e Burkina Faso em 2015.
* AFP