O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, foi ovacionado nesta terça-feira (11) durante um comício em uma praça no centro de Vilnius, a capital da Lituânia, no qual defendeu a adesão de seu país à Otan em meio à guerra com a Rússia.
"Glória à Ucrânia!", gritou Zelensky, vestido com roupa militar, em um palco montado na praça, onde foi recebido como um astro do rock e aclamado longamente, em um evento paralelo à cúpula da Otan na capital lituana.
Zelensky deu um abraço efusivo no presidente anfitrião, Gitanas Nauseda, e foi novamente ovacionado. Lituânia e Ucrânia fizeram parte da União Soviética até a queda da Cortina de Ferro, no início dos anos 1990.
Sob um sol radiante, Zelensky apareceu junto com sua esposa e discursou em ucraniano para a multidão, que levantou um mar de telefones celulares para eternizar a ocasião.
"A Otan vai dar segurança para a Ucrânia. A Ucrânia vai tornar a Otan mais forte", disse Zelensky, em um discurso de aproximadamente dez minutos, com tradução simultânea para o lituano.
Uma bandeira da Ucrânia, levada a Vilnius por um revezamento de corredores desde Bakhmut, palco da mais dura batalha com o Exército russo no leste da Ucrânia, foi hasteada até o alto de um mastro.
O evento, chamado "Hastear a bandeira da Ucrânia na Otan", continuou com apresentações musicais de vários artistas locais.
- Reviver a experiência -
Entusiasmada com a ideia de ver Zelensky, Gabija Malikonyte, de 26 anos, chegou acompanhada de sua mãe, Daiva, duas horas antes do início do ato, para ficar o mais perto possível do palco.
As duas mulheres, como todos na multidão, não escondiam seu apoio à Ucrânia e faziam paralelos com os 50 anos da "ocupação" soviética de seu próprio país.
"Lutamos por nossa independência em 1990, é como se estivéssemos vivendo tudo de novo", disse Daiva Malikonien. "Se não fossemos parte da Otan, a Rússia nos atacaria, porque somos um país pequeno", acrescentou.
"A Otan nos apoia e queremos que nossos irmãos e irmãs [ucranianos] também façam parte dela", afirmou outro presente, Alexandres Ilyin, enrolado com uma bandeira ucraniana.
Ieva Vasiliauskaite escondia as lágrimas atrás de seus óculos de sol.
"Espero que os ucranianos obtenham um veredicto positivo da Otan, porque eles merecem, estão em guerra não apenas pela Ucrânia, mas pelos países bálticos e por toda a Europa", declarou.
"Espero que tenham a oportunidade de pelo menos dar um ou dois passos para a adesão" à aliança militar, acrescentou.
* AFP