O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, planejava capturar as lideranças militares da Rússia como parte do motim do último sábado (24), segundo publicou nesta quarta-feira (28), o The Wall Street Journal com base em informações de autoridades ocidentais. Ele ainda teria alterado seus planos depois que a agência de inteligência russa tomou conhecimento da conspiração e optou por lançar o motim.
De acordo com o jornal americano, Prigozhin planejava a captura do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e do general do Exército, Valeri Gerasimov, chefe do Estado-Maior da Rússia, durante uma visita planejada pelos dois a uma região ao sul que faz fronteira com a Ucrânia. Porém, a FSB, o Serviço Federal de Segurança russo, teria descoberto o plano dois dias antes de sua execução.
Foi somente depois que seu plano foi descoberto que Prigozhin decidiu, no último minuto, lançar sua marcha em direção a Moscou, de acordo com as fontes ouvidas pelo jornal.
À mídia estatal russa, o comandante da Guarda Nacional da Rússia, general Viktor Zolotov, afirmou que as autoridades russas sabiam das intenções de Prigozhin.
— Vazamentos específicos sobre os preparativos para uma rebelião que começaria entre 22 e 25 de junho vazaram do acampamento de Prigozhin — disse o general, na terça-feira (27).
Ainda de acordo com o WSJ, as agências de inteligência ocidentais também descobriram os planos de do líder Wagner com base em interceptações de comunicações eletrônicas e imagens de satélite. Autoridades ocidentais disseram acreditar que a trama original tinha muita chance de sucesso, mas falhou depois que a conspiração vazou, forçando Prigozhin a improvisar um plano alternativo.