Seis homens foram presos em Uganda por "práticas homossexuais", declarou nesta sexta-feira (17) à AFP o porta-voz da polícia, após declarações do presidente Yoweri Museveni, que descreveu as pessoas homossexuais como "desvios".
"Graças a uma rede de inteligência, prendemos seis homens por práticas sexuais em um quarto em Jinja", cidade localizada a cerca de 80 km da capital, Kampala, declarou James Mubi, porta-voz da polícia. "Fomos informados de que os seis pertenciam a um grupo maior de Jinja que se dedicava a práticas homossexuais e convocamos a população a fornecer à polícia informações que levaram à prisão de outros membros do grupo."
O presidente Museveni, 78, que dirige o país com mão de ferro desde 1986, declarou ontem que "os homossexuais são um desvio da norma". Os parlamentares do país, onde a homossexualidade é ilegal, devem votar um projeto de lei que inclui sanções fortes para quem tiver relações homossexuais.
Nunca houve uma condenação por relação consensual entre pessoas do mesmo sexo em Uganda desde que o país se tornou independente do Reino Unido, em 1962. Em 2014, parlamentares do país aprovaram um projeto de lei que pedia prisão perpétua para homossexuais pegos fazendo sexo.
Um tribunal derrubou a lei por um detalhe técnico, mas a mesma já havia provocado condenação internacional, com alguns países ocidentais congelando ou redirecionando milhões de dólares de ajuda ao governo.
* AFP