A polícia do Paquistão não conseguiu prender o ex-primeiro-ministro Imran Khan nesta quarta-feira (15) e acabou com o cerco a sua residência após os confrontos violentos com os simpatizantes do ex-chefe de Governo.
Jornalistas que estavam nas proximidades da casa de Khan, no bairro de luxo de Zaman Park, em Lahore, observaram o momento em que a polícia e os paramilitares se retiraram depois que abandonaram os bloqueios rodoviários e postos de controle.
Afastado do poder após um voto de desconfiança em abril do ano passado e baleado em um comício há alguns meses, Khan enfrenta uma série de investigações judiciais, ao mesmo tempo que pressiona o atual governo pela convocação de eleições antecipadas para outubro.
O ex-chefe de Governo afirma que o governo deseja sua detenção para impedir sua participação nas eleições.
"A razão de tudo isto não é que eu tenha violado alguma lei. Eles querem me prender para que eu não participe das eleições", declarou à AFP depois que a polícia deixou a sua casa.
Na terça-feira, a polícia usou jatos de água e gás lacrimogêneo para tentar dispersar a multidão. Confrontos foram registrados durante a noite e a madrugada.
Antes do amanhecer desta quarta-feira, Khan publicou um vídeo em que aparece sentado em um escritório, com latas de gás lacrimogêneo diante de sua mesa, e ao lado de bandeiras do Paquistão e de seu partido, Movimento pela Justiça.
"Eu afirmo à nação hoje que eles estão prontos mais uma vez, eles virão novamente", disse. "A forma A forma como a polícia ataca nosso povo... não há precedentes para isso", acrescentou Khan.
O subinspetor geral da polícia, Syed Shahzad Nadeem Bukhari, afirmou à imprensa que os agentes estavam na localidade para "cumprir ordens e deter" Khan.
O ex-primeiro-ministro de 70 anos expressa preocupação com sua segurança para evitar várias convocações judiciais, nas quais deveria prestar depoimento sobre presentes recebidos durante seu mandato que ele não declarou.
* AFP