As redes de televisão paquistanesas receberam ordens de não transmitir discursos do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está em campanha para eleições antecipadas, anunciou o órgão de vigilância da mídia estatal.
Deposto do poder por uma moção de censura em abril, o ex-primeiro-ministro paquistanês pressiona regularmente a frágil coalizão que o substituiu, fazendo discursos diários e realizando reuniões nas quais multiplica as acusações de corrupção.
Ex-astro do críquete, o político de 70 anos está envolvido em uma série de questões jurídicas complexas, incluindo a declaração e a revenda de presentes recebidos durante seu mandato.
No domingo, quando a polícia tentou prendê-lo em sua casa por um caso de corrupção, a Autoridade Reguladora de Mídia Eletrônica do Paquistão (PEMRA) proibiu a transmissão ao vivo de seus discursos e transmissões, com efeito imediato.
A PEMRA justificou a sua decisão explicando que o ex-primeiro-ministro "fez acusações infundadas e propagou discursos de ódio (...) contra instituições e funcionários do Estado", o que "pode perturbar a paz pública".
Poucas horas depois dessa notificação, a organização também suspendeu o canal de televisão privado ARY News, que apoiava Khan.
A Constituição do Paquistão permite restrições à liberdade de expressão no interesse da "ordem pública, decência ou moralidade", um norma que grupos de direitos humanos dizem ter como objetivo reprimir qualquer dissidência.
* AFP