Há 29 anos, em 2 de dezembro de 1993, um dos mais conhecidos e procurados narcotraficantes colombianos, Pablo Escobar, foi morto a tiros pela polícia, em Medellín, durante uma fuga. No auge do cartel, Escobar chegou a controlar 80% da cocaína que entrava nos Estados Unidos e foi considerado um dos homens mais ricos do mundo. Com o fruto das suas ações criminosas, ele comprou itens de luxo, imóveis, carros e até animais exóticos, como hipopótamos.
Escobar investiu cerca de US$ 5 milhões na compra de elefantes, zebras, cangurus e quatro hipopótamos para a Hacienda Nápoles, fazenda de sua propriedade. Eles fugiram e passaram a se reproduzir de forma descontrolada na região, o que fez com que a população subisse para 130, causando impacto ambiental — espécies nativas da região, como o peixe-boi, se deslocaram, e a composição química do Rio Magdalena foi alterada.
Agora, quase três décadas após a morte de Escobar, autoridades e ambientalistas estão prestes definir para onde vão 70 dos hipopótamos. De acordo com o jornal The Guardian, nos próximos meses, as autoridades deverão capturar e transportar 10 animais para o santuário de Ostok, no México, e 60 para uma instalação na Índia.
A história dos animais
No final dos anos de 1980, Pablo trouxe os animais da África para uma de suas propriedades rurais da Colômbia. Depois de sua morte, os hipopótamos escaparam e foram parar em uma área quente e pantanosa do departamento de Antioquia, onde há autoridades ambientais nas proximidades para vigiá-los.
Atualmente, a população de hipopótamos dos arredores da fazenda de Escobar é a maior fora da África. Em 2009, o governo tentou abater os hipopótamos, mas não seguiu com o plano devido à comoção nacional contrária à ação. Para evitar que os mamíferos se reproduzissem, os agentes começaram a esterilizá-los, o que não é muito eficiente devido à rapidez com que se reproduzem e ao grande número.
O governo da Colômbia já declarou publicamente que pretende transferi-los para santuários do Exterior, operação que deve começar nos próximos meses.
— Toda a operação deve custar cerca de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 17,9 milhões) — estimou o ambientalista Ernesto Zazueta, que lidera o santuário de Ostok, em entrevista ao periódico britânico.
Zazueta, o governo colombiano e as autoridades locais planejam atrai-los com iscas, que serão colocadas em cercados para realizar suas capturas. Com isso, ficarão confinados e, posteriormente, transferidos para caixotes especiais para transferência de carga viva.