Nove policiais morreram e 16 ficaram feridos em um atentado suicida nesta segunda-feira (6) contra o caminhão em que viajavam por uma província do sudoeste do Paquistão, informaram as autoridades locais.
As forças de segurança lutam há vários anos contra os grupos insurgentes do Baluchistão, que exigem uma distribuição melhor da receita nesta província rica em recursos naturais, assim como contra os ataques do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o movimento dos talibãs paquistaneses.
"O homem-bomba pilotava uma motocicleta e atingiu o caminhão por trás", afirmou o policial Abdul Hai Aamir.
O ataque aconteceu em Dhadar, principal cidade do distrito de Kacchi, que fica 120 km ao sudeste de Quetta, na província de Baluchistão.
As imagens do atentado mostram o caminhão da polícia tombado na estrada, com as janelas quebradas.
Mehmood Notezai, chefe de polícia do distrito de Kachhi, disse à AFP que os agentes retornavam de uma exposição agrícola na qual prestaram serviços de segurança.
Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento.
"O terrorismo no Baluchistão é parte de um plano nefasto para desestabilizar o país", declarou o primeiro-ministro Shehbaz Sharif.
O número de atentados aumentou no Paquistão desde que o movimento Talibã afegão retornou ao poder em Cabul, em agosto de 2021.
A chegada dos talibãs ao poder no Afeganistão reforçou os grupos militantes ao longo da fronteira com o Paquistão, com ataques cada vez mais frequentes contra as forças de segurança.
No mês passado, cinco pessoas morreram quando um esquadrão suicida do TTP atacou um complexo policial na cidade de Karachi.
Algumas semanas antes, a explosão de uma bomba em uma mesquita na cidade de Peshawar (noroeste) matou mais de 80 policiais, um atentado reivindicado por um grupo que às vezes colabora com o TTP.
"Apesar das diferentes perspectivas ideológicas, étnicas e políticas, (este grupos) são franquias unidas por um objetivo: atacar as forças de segurança e instilar medo e incerteza no Paquistão", disse Imtiaz Gul, analista do Centro de Pesquisa e Estudos de Segurança de Islamabad.
A província do Baluchistão, fronteiriça com Afeganistão e Irã, é a maior, menos povoada e mais pobre do Paquistão. A região tem recursos naturais abundantes, mas a população afirma que não recebe uma parcela justa de suas riquezas.
As tensões aumentaram ainda mais com a enxurrada de investimentos da China no âmbito do projeto 'Nova Rota da Seda', um ambicioso plano de desenvolvimento de Pequim, que segundo os moradores da região não beneficia os moradores.
A China está investindo na área em um projeto de 54 bilhões de dólares conhecido como Corredor Econômico China-Paquistão, que tem o objetivo de melhorar as infraestruturas e as conexões de energia elétrica e de transporte.
* AFP