Os Capacetes Azuis mataram, na terça-feira, oito civis com "tiros de advertência", depois que um comboio das Nações Unidas foi atacado no leste da República Democrática do Congo, informou o porta-voz do governador militar da província de Kivu do Norte, nesta quarta (8).
Os civis morreram ontem por "disparos de advertência" efetuados pelas forças de paz da ONU, e 28 pessoas também ficaram feridas, disse Guillaume Ndjike, porta-voz do tenente-general Constant Ndima, governador da província.
O comboio das Nações Unidas retornava de uma missão de reabastecimento realizada no norte de Goma, quando manifestantes locais queimaram quatro caminhões e bloquearam a estrada, indicou na terça-feira a Missão da ONU no país (Monusco), que registrou um balanço de três mortos.
O ataque ocorreu em Kanyaruchinya, onde vivem milhares de deslocados.
"Os soldados da Monusco encarregados da segurança efetuaram disparos de advertência, que infelizmente causaram a morte de oito de nossos compatriotas deslocados e 28 feridos", indicou um porta-voz de Ndima.
A Monusco não respondeu nesta quarta-feira aos questionamentos da AFP.
As manifestações aumentaram desde o ano passado contra a Monusco. A população local reprova a atuação das forças de paz por não terem conseguido neutralizar dezenas de grupos armados presentes no leste da República Democrática do Congo há 30 anos, especialmente os rebeldes do M23.
Considerada uma das missões mais caras da ONU no mundo, a Monusco está presente na República Democrática do Congo desde 1999 e conta com cerca de 16.000 soldados.
* AFP