Depois de passar duas décadas trancado em uma pequena gaiola ao lado de um restaurante elegante na capital albanesa Tirana, Mark, um urso-pardo, começa uma vida melhor em um santuário de animais austríaco.
Libertado na quarta-feira (7), ele passará o resto da vida no santuário de ursos de Arbesbach, na Áustria, administrado pela associação protetora dos animais Quatro Patas, que se dedica a ajudar animais em situações difíceis.
"Mark terá todos os tratamentos veterinários necessários, cuidados adequados e alimentação adequada à espécie para que possa se recuperar rapidamente e desfrutar de uma vida digna de um urso", disse Sajmir Shehu, o coordenador albanês do projeto de resgate de animais selvagens.
O restaurante continuará com o nome de "Sofra e Ariut" (A mesa da urso), mas a jaula onde Mark e sua irmã Liza foram mantidos em cativeiro para distrair os muitos visitantes vai ser retirada "para que nenhum outro urso volte a sofrer", enfatizou o administrador do local, Aurel Bici.
Mark e Liza, naturais do norte do país, foram levados ao restaurante "por uma boa causa", para receber abrigo depois que a mãe deles foi baleada e eles também podiam ter sido vítimas de caça furtiva.
Eles sobreviveram em Tirana, mas viviam em uma jaula fechada, privados de liberdade.
"Mark foi mantido em uma gaiola pequena, o chão era de concreto, as condições de higiene eram inadequadas e ele recebeu comida anormal para um urso-pardo", explicou Shehu.
Mark, que é obeso, tem dificuldade para se locomover. Mostra ansiedade e torna-se agressivo ao menor ruído. Sua situação piorou após a morte de sua irmã, Liza, há dois anos.
"Para continuar vivo, Mark precisa de cuidados médicos urgentes", explicou o especialista em biodiversidade Shehu.
O urso terá melhores condições de vida, mas Sajmir Shehu lamenta o fato de Mark ser o 34º animal selvagem a deixar seu país.
A Albânia considera abrir um santuário para animais selvagens confiscados para reverter essa tendência.
Até lá, o trabalho da Quatro Patas - que celebra o resgate do urso Mark - está longe de terminar.
"Medidas urgentes devem ser tomadas contra o crescente comércio ilegal de animais silvestres no país", comentou Magdalena Scherk Trettin, que coordena o resgate de animais selvagens da Quatro Patas.
* AFP