Pelo menos 166 pessoas morreram, e 237 ficaram feridas, em quatro meses de confrontos entre milícias armadas no noroeste do Sudão do Sul - disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, nesta quarta-feira (14).
Desde sua independência do Sudão, em 2011, o país vive mergulhado na violência política e entre grupos étnicos.
Confrontos entre gangues armadas e milícias rivais no estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul, deixaram "pelo menos 166 civis mortos, e 237 feridos, nos últimos quatro meses", detalhou Türk em um comunicado, acrescentando que 20.000 pessoas fugiram da violência.
"Esses homicídios, assim como os informes sobre violência de gênero, sequestros, destruição de propriedades e saques, são graves violações dos direitos humanos e devem parar", ressaltou, pedindo às autoridades e aos líderes comunitários "que ajam rapidamente para acabar com derramamento de sangue".
Em 7 de dezembro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que muitos civis fugiram para o acampamento de Malakal, também no estado do Alto Nilo. Criado há dez anos para abrigar 12 mil pessoas, hoje tem capacidade para 37 mil.
Depois de se tornar independente do Sudão em 2011, o Sudão do Sul mergulhou em uma guerra civil que deixou quase 400.000 mortos e milhões de deslocados entre 2013 e 2018. Um acordo de paz assinado em 2018 prevê a partilha do poder em um governo de unidade, mas ainda não foi aplicado.
* AFP