O Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês) informou que pouco menos de 150.000 crianças deslocadas pelo conflito no Mali não possuem certidão de nascimento e correm o risco de exclusão e de privação de seus direitos.
"Milhares de crianças estão à margem da sociedade, em vez de irem à escola", disse o diretor da ONG no Mali, Maclean Natugasha, em um comunicado transmitido à AFP.
Segundo dados de agosto, as 148.000 crianças fazem parte dos 422.620 deslocados pelo conflito no país, de acordo com contagem realizada, conjuntamente, pela ONU e pelas autoridades malianas.
Neste país de 20 milhões de habitantes, 7,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária urgente, conforme a ONU.
Essas 148.000 crianças perderam suas certidões de nascimento depois de abandonarem suas casas às pressas, ou mesmo "nunca tiveram uma, devido ao funcionamento limitado dos serviços de registro civil em algumas regiões", explicou o NRC.
O Estado tem uma presença limitada diante da ofensiva de extremistas ligados à Al-Qaeda e pertencentes à organização Estado Islâmico, além da presença de gangues e traficantes.
Caso o problema persista e essas crianças cheguem à idade adulta, a ONG alertou que os menores "correm o risco de serem privados da sua liberdade de circulação, sem direito de voto e sem possibilidade de possuir, ou alugar imóveis".
* AFP