O Banco Mundial (BM) firmou um acordo nesta segunda-feira (22) para destinar 300 milhões de dólares em ajuda a Moçambique, seis anos depois de suspender esse auxílio devido a um escândalo financeiro que atingiu o governo em cheio.
Os recursos desembolsados pela organização multilateral em forma de doação servirão para financiar projetos de infraestrutura, destinados a apoiar a economia local e melhorar as condições de vida da população, declarou o ministro das Finanças moçambicano, Max Tonela, durante a assinatura do acordo em Maputo.
O diretor do Banco Mundial para Moçambique, Idah Pswarayi-Riddihough, insistiu que os recursos devem "apoiar as reformas estruturais" em um dos países mais pobres do mundo, e continuar os esforços dos últimos anos para aumentar a transparência do setor público.
A retomada da ajuda do Banco Mundial acontece depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) acordou, em maio, seu primeiro empréstimo a Moçambique, no montante de 456 milhões de dólares, desde o escândalo da chamada "dívida oculta".
O governo contraiu com bancos internacionais empréstimos secretos pelo valor de 2 bilhões de dólares em 2013 e 2014, para comprar uma frota de barcos de pesca de atum e embarcações de vigilância.
O Executivo escondeu esses empréstimos do Parlamento, mas a dívida contraída veio à tona em 2016. Após isso, o FMI e o Banco Mundial decidiram abandonar seu apoio financeiro ao país lusófono.
Mais tarde, uma auditoria independente revelou que 500 milhões de dólares haviam sido desviados.
O processo dos 19 acusados, todos próximos do poder, segue seu curso em Maputo, e a sentença deve sair até o fim deste ano.
* AFP