Em entrevista à Rádio Gaúcha, o engenheiro Diego Nunes, natural de Rio Pardo, mas residindo há 11 meses na Argentina, comentou a respeito dos impactos da inflação na vida da população. O gaúcho, que reside em Rosário, a terceira cidade mais populosa do país, na província de Santa Fé, comenta que já sentiu o efeito da desvalorização do peso argentino — a taxa de inflação em 12 meses chega a 70%.
— Quando recebem o salário, (as pessoas) já correm para o mercado para comprar produtos, porque se for deixar passar duas ou três semanas, sabe que o poder de compra reduz muito — relata.
— Não se pode planejar por muito tempo. Quer fazer uma viagem daqui a seis meses, isso é praticamente impossível aqui. Porque se sabe que vai gastar um valor muito maior do que se pensa — acrescenta Nunes.
A situação econômica do país também tem efeitos sobre o câmbio. O gaúcho lembra que conseguia comprar 35 pesos com R$ 1 quando chegou ao país. Atualmente, R$ 1 vale 55 pesos.
Nunes diz que a situação se agravou nos últimos dias, com altas percebidas em quase todos os produtos.
— Como eu ainda vivo em hotel, não vou no mercado, no sentido de fazer as compras de itens básicos do dia a dia, mas vou muito a restaurantes e comércios e já senti, na prática, nesses três meses a inflação. O que está acontecendo agora, no período atual, nas últimas duas semanas está uma inflação desenfreada, em torno de 20%, todos os produtos subiram, de eletrônicos, da parte de alimentação, serviços, e é algo que corrói o salário das pessoas — conta.
— Eu sou brasileiro e ainda tenho o real como base, mas para o povo argentino, que vive com o peso aqui, está bem complicada a situação — complementa o engenheiro.
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