A área plantada com trigo na Argentina será de 6,2 milhões de hectares, a menor dos últimos 12 anos por causa da seca, quando se teme uma crise alimentar global devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo projeções da Bolsa de Valores de Rosário.
A Argentina, um dos principais produtores de trigo do mundo, enfrenta "um cenário muito complexo para o plantio" do cereal devido ao impacto do fenômeno La Niña pelo terceiro ano consecutivo, segundo relatório da Bolsa.
O país se classificou como o oitavo produtor mundial de trigo na campanha 2021-22, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Este ano, a semeadura do trigo começou em meados de maio, embora muitos produtores tenham atrasado o plantio enquanto aguardam as chuvas, mas as previsões de geadas pioram um cenário já adverso.
Com isso "o plantio (de trigo) está parado em grande parte da região dos Pampas (a de maior produção) onde o avanço da semeadura é de 17% contra 30% no ano passado" para esta data, explicou.
A estimativa para o plantio de trigo, que em maio era de 6,35 milhões de hectares, foi reduzida em junho para 6,2 milhões de hectares, portanto a projeção de colheita situa-se em 18 milhões de toneladas, segundo a Bolsa.
"A possibilidade de chuvas nos próximos quinze dias é essencial para finalmente semear trigo ou mudar de safra", diz o relatório.
No entanto, "as previsões de curto prazo indicam a entrada de mais uma frente de ar frio e seco que provocará nova queda das temperaturas e o desenvolvimento de geadas, afastando a possibilidade de chuvas sobre a região dos Pampas".
O La Niña evento natural caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico. Como consequências, há chuva excesso em algumas regiões da América do Sul, escassez em outras; temperaturas tendem a subir mais no verão e a descer de forma mais acentuada no inverno, entre outras alterações no padrão de circulação atmosférica.