A Colômbia realiza, neste domingo (19), a votação para a eleição presidencial, disputada entre o candidato de esquerda Gustavo Petro e o autoidentificado como "outsider" Rodolfo Hernández.
Às 8h locais (10h em Brasília), o presidente conservador Iván Duque, impedido por lei de concorrer à reeleição, depositou seu voto na Praça de Bolívar, em Bogotá.
O ex-guerrilheiro Petro venceu o primeiro turno com 40,3% dos votos, 12 pontos percentuais de vantagem sobre o milionário Hernández (28,2%). Para o segundo turno, porém, as pesquisas mostram um empate técnico entre os dois candidatos.
As seções eleitorais fecham às 16h locais (18h em Brasília).
Petro e Hernández encarnam o desejo popular de mudança e a punição das elites que historicamente governaram este país com um conflito armado de seis décadas, a maior produção de cocaína do mundo e uma sociedade polarizada empobrecida pela pandemia.
Seus programas e formas são opostos.
Petro é um economista que concorre à presidência pela terceira vez. Pegou em armas contra o Estado e assinou a paz em 1990. Mais tarde, destacou-se como deputado da oposição e tornou-se prefeito de Bogotá (2012-2015), onde conquistou opositores por seu estilo "autoritário" e pelo plano caótico de nacionalizar a coleta de lixo.
"Não chegarei ao governo para buscar vingança pessoal (...) nem pensarei em confiscar ou minar" a propriedade privada, prometeu diante dos temores despertados por um governo de esquerda sem precedentes com um ex-guerrilheiro à frente da economia e das forças militares.
Seu rival é um engenheiro que fez fortuna como construtor. Foi prefeito de Bucaramanga (2016-2019), cidade de 600 mil habitantes onde é muito popular por sua autoconfiança, austeridade e por ter limpado as finanças públicas.
Nesta campanha desembarcou como um "outsider" milionário, muito ativo no TikTok que surpreendentemente tirou o direita da disputa.
— Podem votar em quem vai tirar o dinheiro do seu bolso ou em mim, que vai colocar o dinheiro no bolso de todos — diz.
* AFP