O exército russo simulou lançamentos de mísseis com capacidade nuclear no enclave de Kaliningrado, situado entre a Polônia e a Lituânia. A realização dos testes foi anunciada pelo ministério da Defesa da Rússia nesta quarta-feira (4).
O presidente do país, Vladimir Putin, sugere estar disposto a usar as armas nucleares russas desde o início da invasão na Ucrânia. A ação militar russa no país já chegou em seu 70º dia, deixando milhares de mortos e mais de 13 milhões de deslocados, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O chefe do Kremlin alertou para uma retaliação rápida se o Ocidente interferir diretamente no conflito ucraniano.
Durante os exercícios militares realizados no enclave do Mar Báltico, entre a Polônia e a Lituânia, a Rússia testou "lançamentos eletrônicos" simulados de seu sistema de mísseis balísticos móveis Iskander, com capacidade nuclear, informou o Ministério da Defesa.
As forças russas praticaram ataques individuais e múltiplos contra alvos que simulavam sistemas de lançamento de mísseis, pistas de pouso, infraestrutura protegida, equipamentos militares e postos de comando de um inimigo simulado, segundo o comunicado. Mais de 100 soldados participaram dos testes.
Observadores apontaram que, nos últimos dias, a TV estatal russa tentou tornar o uso de armas nucleares mais aceitável para o público.
Mais ataques
Os russos continuaram na quarta-feira (4) a ofensiva no leste ucraniano enquanto atacavam vários pontos no oeste, de Lviv à região montanhosa da Transcarpácia, perto da fronteira com a Hungria.
Um ataque russo deixou dois mortos e 11 feridos, todos civis, na aldeia de Chandrygolove, conforme o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko. Outros ataques deixaram um morto e uma criança ferida nos arredores de Kharkov.
Na cidade industrial de Dnipro, jornalistas da AFP ouviram uma forte explosão precedida pelo ruído de aeronaves. No sul, explosões foram relatadas em Mykolaiv, segundo autoridades locais.
Na fronteira norte da Ucrânia, a Bielorrússia, aliada de Moscou, iniciou manobras militares "surpresa" na quarta-feira para testar a capacidade de reação do Exército, disse o Ministério da Defesa.