Entre 200 e 300 pessoas se manifestaram nesta terça-feira (17), em Londres, para exigir que o governo britânico se recuse a extraditar o fundador do WikiLeaks Julian Assange, procurado nos Estados Unidos pelo vazamento maciço de documentos confidenciais.
Após uma longa batalha legal, a Justiça britânica autorizou formalmente, em 20 de abril, a entrega do australiano de 50 anos à Justiça americana, mas o decreto de extradição depende da assinatura da ministra britânica do Interior, Priti Patel, e ainda cabe recurso. A defesa de Assange apresentou nesta terça-feira os argumentos para rechaçar a extradição, tuitou sua esposa, Stella Assange.
— O assunto político, a perseguição política de Julian Assange, está agora formalmente nas mãos de Priti Patel — declarou o redator-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson.
Hrafnsson assinalou que Assange, "privado de sua liberdade há uma década", se sente "reconfortado pelo fato de que o público e os políticos de todo o mundo estão unidos em sua causa", e que "cada vez mais gente entende a importância deste caso".
Mais de 20 organizações de defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa apoiam o ativista. Para Amaru Narvaez-Reyes, um ator de 25 anos presente na manifestação, a extradição de Assange "colocaria medo no coração de muitos jornalistas e impediria, provavelmente, que muita informação chegasse ao público".
O fundador do WikiLeaks é requerido pela Justiça americana pela publicação, a partir de 2010, de mais de 700 mil documentos classificados sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, especialmente no Iraque e no Afeganistão. Ele está exposto a 175 anos de prisão.
Assange foi detido em 2019 após passar mais de sete anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres.