O fornecimento de gás russo para países da União Europeia (UE) e para a Turquia registrou uma queda considerável entre janeiro e abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021, enquanto a entrega para a China registrou forte alta, anunciou a empresa Gazprom.
"As exportações para os países fora da CEI (Comunidade dos Estados Independentes; como UE e Turquia) foram de 50,1 mil metros cúbicos, 26,9% menos que no mesmo período de 2021", afirma um comunicado do grupo controlado pelo Estado, que não apresenta uma explicação.
A Gazprom completa que seguirá fornecendo gás "em plena conformidade com as obrigações contratuais".
As exportações para a China dispararam, com uma alta de 60% em ritmo anual pelo gasoduto Power of Siberia.
Na Europa, os preços da energia registraram forte alta, e a UE não decidiu até o momento aplicar um embargo ao petróleo e gás russos.
Em 2021, a Gazprom registrou lucro líquido recorde equivalente a 28 bilhões de euros, na taxa cambial atual, graças a um forte aumento da demanda de hidrocarbonetos.
Ao mesmo tempo, a Alemanha, um dos países europeus que era mais dependente do fornecimento de energia da Rússia antes da guerra na Ucrânia, anunciou neste domingo (1º) que conseguiu reduzir a tendência, especialmente para o carvão e o petróleo.
A dependência da maior economia europeia das importações de petróleo russo caiu nas últimas semanas a 12%, contra 35% antes do conflito, e as compras de carvão diminuíram a 8%, contra 50% anteriormente, afirma um comunicado divulgado pelo ministério da Economia.
Em contraste, a dependência do gás russo permanece significativa, embora tenha sido reduzida a 35%, contra 55% antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro.
— Nas últimas semanas, fizemos grandes esforços, com todos os atores envolvidos, para reduzir nossas importações de energias fósseis da Rússia e para diversificar nossos estoques — celebrou o ministro da Economia e do Clima, Robert Habeck.
A Alemanha anunciou há algumas semanas que deseja prescindir completamente do petróleo e do carvão russo até o fim do ano.
Em relação ao gás, a Alemanha alertou que será difícil deixar de consumir gás russo antes de 2024, embora o país tenha aumentado as importações de gás natural da Noruega e da Holanda, além do gás liquefeito de outros países.