A Finlândia e a Suécia formalizaram nesta quarta-feira (17) os pedidos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A entrega da carta oficial foi feita ao secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, em Bruxelas, na Bélgica. O gesto inicia um complexo processo de aprovação que enfrenta a resistência de um membro chave da aliança, a Turquia.
— O pedido que vocês apresentam é um passo histórico — disse Stoltenberg ao receber a demanda formal de adesão — Vocês são nossos sócios mais próximos e sua adesão à Otan aumentaria nossa segurança compartilhada — acrescentou ao final da breve cerimônia na sede da organização.
A solicitação acontece em um contexto marcado pela guerra na Ucrânia. Conforme o representante, a Organização está determinada a "trabalhar em todos os problemas e chegar a conclusões rápidas".
Entretanto, o processo pode enfrentar mais obstáculos do que o esperado. A Turquia já deixou claro que é contra a entrada dos dois países na aliança militar, em particular a Suécia, porque Estocolmo impõe sanções contra o governo de Ancara.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou a sugerir que Finlândia e Suécia nem deveriam enviar delegações para negociar a adesão.
— Dizem que virão à Turquia. Virão para nos persuadir? Que nos desculpem, mas que nem se incomodem — disse.
Além disso, Finlândia e Suécia rejeitam os pedidos turcos de extradição de pessoas que Ancara considera integrantes de "organizações terroristas". O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, deve ser reunir nesta quarta-feira (18) em Nova York com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Na terça-feira (17), a Rússia expulsou dois diplomatas finlandeses e anunciou a saída do Conselho do Báltico, um fórum de países da região do Mar Báltico que tem sede em Estocolmo. O governo russo justificou a saída do Conselho por considerar que os países ocidentais "monopolizam" o grupo para seus objetivos conjunturais, "em detrimento da Rússia".