Vários ex-chefes políticos e militares muçulmanos da Bósnia foram acusados nesta quarta-feira (27) por crimes de guerra cometidos em maio de 1992, início do conflito bósnio, contra militares do exército iugoslavo que abandonavam Sarajevo em um comboio escoltado pela ONU.
Este é o chamado ataque da "Rua Dobrovoljacka", um caso em que a Sérvia insiste particularmente há anos, provocando a irritação de Sarajevo.
Entre os acusados estão, entre outros, Ejup Ganic, 76 anos, um dos membros da presidência colegial bósnia durante a guerra intercomunitária (1992-1995), dois ex-ministros do Interior bósnios, Bakir Alispahic e Jusuf Pusina, e vários generais aposentados que ocupavam funções de defesa de Sarajevo.
Dez homens ao todo são acusados por um promotor de Sarajevo por sua responsabilidade no ataque em 3 de maio de 1992, contra um comboio de retirada de pessoal do quartel-general do exército iugoslavo (JNA) em Sarajevo.
Oito pessoas morreram no ataque, militares e civis do JNA, bem como membros do corpo médico militar, e 24 ficaram feridos, segundo a promotoria.
"Várias dezenas de soldados e civis foram presos e torturados", segundo esta fonte.
"Os réus são suspeitos (...) de terem planejado, atacado e incitado (outros a atacar) a coluna indefesa, composta por militares e civis (...) e escoltada por forças de paz da ONU (...)", segundo a promotoria.
* AFP