O chefe de Governo da Áustria, Karl Nehammer, buscará em sua visita à Rússia a obter a implementação de corredores humanitários na Ucrânia, mas não espera "um milagre", afirmou nesta segunda-feira o ministro austríaco das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg.
A mensagem a transmitir a Vladimir Putin é que "queremos o fim da guerra, queremos corredores humanitários, queremos que as organizações humanitárias internacionais possam fazer o seu trabalho", disse o diplomata.
"Não podemos deixar de mover cada pedra diante do desastre humanitário", acrescentou, antes de uma reunião de chefes da diplomacia da União Europeia em Luxemburgo, que deve abordar a situação na Ucrânia e a eventual adoção de novas sanções contra a Rússia.
Nehammer, afirmou Schallenberg, "não tem um mandato europeu" para a visita e a viagem a Moscou é uma "iniciativa pessoal" decidida após suas conversas em Kiev com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O chefe da diplomacia austríaca, no entanto, admitiu que "ninguém espera um milagre".
Nehammer será o primeiro chefe de Governo europeu a se reunir com Putin em Moscou desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A viagem a Moscou é uma "missão de risco", admitiu Nehammer no domingo, quando destacou a abertura de uma "janela de diálogo".
"Qualquer voz que faça o presidente Putin entender como é a realidade fora dos muros do Kremlin não é uma voz perdida", enfatizou.
Schallenberg disse nesta segunda-feira que ficou "extremamente chocado com os crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Todos os responsáveis por estes crimes devem ser levados à justiça, incluindo o presidente Putin. Não deve haver exceções".
A viagem de Nehammer a Moscou acontece "em consulta com Berlim" e depois de informar os presidentes das instituições europeias, disse Schallenberg.
Ele pretende discutir os "crimes de guerra" atribuídos à Rússia, em particular em Bucha. O governo russo nega qualquer participação no massacre.
* AFP