Os Estados Unidos denunciaram, nesta quinta-feira (18), as declarações "perigosas" do embaixador russo na Bósnia, Milorad Dodik, segundo as quais Moscou reagiria a uma possível adesão da Bósnia à Otan, mencionando a situação na Ucrânia.
No contexto da invasão russa da Ucrânia, a desestabilização da Bósnia suscita preocupação, ainda mais em um contexto de ameaças feitas nos últimos meses pelo líder político dos servo-bósnios, Milorad Dodik, considerado próximo de Moscou.
Dividido desde a guerra dos anos 1990 por linhas étnicas, o país é composto por duas entidades: uma sérvia (a Republika Srpska) e uma croata-muçulmana.
Questionado esta semana pela televisão pública bósnia (FTV) sobre a posição de Moscou no caso da adesão da Bósnia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o embaixador russo em Sarajevo, Igor Kabuhov, respondeu de forma ambígua e advertiu que a Rússia não ficará de braços cruzados.
"Somos pelo que a Bósnia-Herzegovina decidir. Se um dia decidir ser membro de qualquer coisa, é um assunto interno. Outra razão e outra coisa (é) nossa reação", disse Kalabukov, em servo-croata.
"Mostramos com o exemplo da Ucrânia o que esperamos. Vamos reagir em caso de ameaça", acrescentou.
Para a embaixada dos Estados Unidos em Sarajevo, esses comentários são "ameaças", que são "perigosas, irresponsáveis e inaceitáveis".
"Nenhum terceiro país tem nada a dizer sobre os acordos de segurança entre a Otan e os países soberanos. Continuaremos apoiando firmemente a Bósnia que toma as medidas necessárias para garantir seu lugar na comunidade das nações euroatlânticas", tuitou a embaixada americana na quinta-feira (17).
* AFP