Mais de 1,8 mil manifestantes contra a guerra na Ucrânia foram detidos na Rússia, informou nesta sexta-feira (25) o alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos. O órgão pediu a libertação daqueles que ainda estão presos.
"Deter pessoas que exercem seus direitos de liberdade de expressão ou reunião pacífica constitui uma privação arbitrária de liberdade. Pedimos às autoridades que garantam a libertação imediata de todas as pessoas detidas arbitrariamente por terem exercido seus direitos", declarou a porta-voz Ravina Shamdasani.
Na quinta-feira (24), polícia russa alertou para as consequências em caso de participação em comícios de rua e chamadas para protestos pela internet. O Comitê de Investigação informou que convocações estavam sendo feitas "para participar de tumultos e comícios em massa devido à tensa situação política externa".
O Ministério da Administração Interna anunciou que iria deter participantes em ações não autorizadas. A prefeitura de Moscou também alertou os moradores da capital sobre a inadmissibilidade de eventos públicos descoordenados e outras violações legais.
Ainda na quinta, o secretário de Imprensa russo, Dmitry Peskov, afirmou que o Kremlin entende a preocupação dos russos com a situação em torno da Ucrânia, mas conta com sua compreensão. Ele observou que o governo espera um "alto nível de apoio à operação militar", com base no fato de que a maioria da população apoiou o reconhecimento de independência dos territórios separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia.