A Rússia e os Estados Unidos começaram a reduzir sua presença diplomática na Ucrânia neste sábado (12). Os russos justificaram que a decisão foi tomada por medo de "provocações" por parte das autoridades de Kiev, ou de um "terceiro país". Já as autoridades norte-americanas afirmaram temer uma "potencial ação militar russa".
"Temendo as possíveis provocações do regime de Kiev, ou de terceiros países, decidimos, de fato, uma certa otimização do pessoal das representações russas na Ucrânia", declarou uma porta-voz da diplomacia russa em um comunicado divulgado, respondendo a jornalistas sobre a redução de sua presença no país vizinho.
O anúncio norte-americano foi publicado no perfil oficial da embaixada no Twitter.
"Os cidadãos americanos na Ucrânia devem estar cientes do fato de que o governo não poderá retirá-los" no caso de uma ofensiva russa, que pode "começar a qualquer momento e sem aviso", alertou o órgão.
Seguindo outros países, Alemanha, Bélgica e Holanda recomendaram a saída de seus cidadãos da Ucrânia. A medida também foi adotada por países como Reino Unido, Estados Unidos e Noruega.
— As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuaram se intensificando nos últimos dias, devido à presença e ao movimento em massa de unidades militares russas perto das fronteiras ucranianas. Não se exclui que haja um conflito militar — afirmou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, recomendando que os cidadãos cuja a presença não seja "imperativa", deixem a Ucrânia em um "curto prazo".
O anúncio da Alemanha foi feito após manifestação similar do governo belga, que aconselhou seus cidadãos a saírem da Ucrânia, assim como a evitarem viagens para este país, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.
"Cidadãos que estão na Ucrânia, cuja presença não seja absolutamente necessária, são aconselhados a deixar o país", disse o ministério belga em seu site, também recomendando que não se viaje para a Ucrânia.
Também neste sábado, o Ministro das Relações Exteriores da Holanda, Wopke Hoekstra, recomendou que seus cidadãos abandonem a Ucrânia.
"A situação de segurança se deteriorou ainda mais. É por isso que pedimos aos holandeses que deixem o país o mais rápido possível e não voltem a viajar para a Ucrânia. Existe agora um conselho de viagem vermelho para toda a região. Continuaremos a acompanhar a situação de perto", disse em sua conta oficial no Twitter.
A decisão dos países foi anunciada após o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertir, na sexta-feira (11), que a Rússia continua enviando tropas para a fronteira com a Ucrânia e advertiu que a invasão pode começar "a qualquer momento", inclusive durante os Jogos Olímpicos de Inverno que acontecem na China.
— A invasão pode acontecer a qualquer momento e, sejamos claros, pode ocorrer inclusive durante os Jogos Olímpicos — afirmou, referindo-se a hipóteses lançadas sobre o desejo da Rússia de esperar que esse importante evento esportivo termine para não ofuscar o aliado chinês.
Governo ucraniano pede calma
Em comunicado, o governo ucraniano pediu neste sábado aos cidadãos do país que fiquem calmos e unidos, dizendo que as Forças Armadas estão prontas para repelir qualquer ataque ao país em meio à preocupação de uma invasão da Rússia.
"Agora é fundamental permanecer calmo e unido dentro do país e evitar ações que prejudiquem a estabilidade e semeiem pânico", disse o Ministério das Relações Exteriores.
"As Forças Armadas da Ucrânia estão constantemente monitorando os desenvolvimentos e estão prontas para repelir qualquer invasão à integridade territorial e soberania da Ucrânia", acrescentou.
O governo reiterou que a diplomacia ucraniana está em contato com todos os principais parceiros e que recebe prontamente as informações de segurança necessárias, "o que permite que a Ucrânia tome medidas oportunas".