A Argentina chegou a um novo acordo de crédito com o Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou nesta sexta-feira (28) o presidente Alberto Fernández, no mesmo dia que deve pagar mais de US$ 700 milhões pelo primeiro vencimento deste ano de uma dívida de US$ 44 bilhões.
— Quero anunciar que o governo da Argentina chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional. Comparado aos anteriores que a Argentina assinou, este acordo não contempla restrições que atrasam nosso desenvolvimento — disse o presidente em um discurso gravado.
Fernández não deu detalhes sobre o acordo, que deve aliviar o ônus dos vencimentos da dívida concentrada neste ano (cerca de US$ 19 bilhões) e no próximo (mais US$ 20 bilhões).
— Tínhamos uma dívida impagável que nos deixava sem presente nem futuro. Agora temos um acordo razoável que nos permitirá crescer e cumprir nossas obrigações com nosso crescimento — disse o presidente de centro-esquerda.
— Esse entendimento pretende sustentar a recuperação econômica que já começou. Prevê que não haverá queda do gasto real e sim aumento do investimento em obras públicas por parte do governo nacional. Tampouco prevê saltos de desvalorização — acrescentou.
O FMI concedeu à Argentina em 2018, durante o governo do liberal Mauricio Macri (2015-19), um empréstimo de US$ 57 bilhões em meio a uma crise cambial, dos quais o país recebeu cerca de US$ 44 bilhões, uma vez que Fernández renunciou às parcelas pendentes quando assumiu o cargo, em dezembro de 2019.
Em 2020, após reestruturar cerca de US$ 66 bilhões em dívidas com credores privados internacionais, o governo iniciou negociações com o FMI para substituir o acordo de stand-by de 2018 por um acordo de facilidade estendida que estendesse os prazos de pagamento.
O ministro da Economia, Martín Guzmán, deve anunciar os termos do novo programa posteriormente.