A junta militar que governa o Chade decretou nesta segunda-feira (29) uma anistia geral para os rebeldes e opositores condenados principalmente por "crimes de opinião", "terrorismo" e "ataques contra a integridade do Estado", segundo um relatório do Conselho de Ministros enviado à AFP.
Essa medida afeta 296 pessoas e é uma exigência dos principais grupos rebeldes para retornar à mesa de negociações, como deseja o presidente Mahamat Idriss Déby Itno, o jovem general que assumiu as rédeas do Conselho Militar de transição após a morte de seu pai Idriss Déby Itno em um confronto com os rebeldes.
"Parece indispensável deixar para trás os vestígios herdados dos períodos sombrios do nosso país por meio de uma anistia geral para aqueles que, por diferentes razões, escolheram o exílio ou a violência para expressarem suas divergências políticas", disse a lei proclamada no Conselho de Ministros.
Essa medida afeta "39 pessoas condenadas por ataques à integridade do Estado e crimes de opinião" e a "257 membros" de grupos armados, detidos e julgados após uma ofensiva da União das forças da resistência em 2019 que queria derrubar o presidente Deby.
Chade, governado com mão de ferro por mais de 30 anos por Idriss Déby, que chegou ao poder após dar um golpe de Estado, se vê frequentemente afetado por ofensivas rebeldes da Líbia ou do Sudão, países fronteiriços.
Há alguns dias, os principais grupos rebeldes chadianos se disseram dispostos a participar de um diálogo nacional com algumas condições, entre elas a anistia geral.
* AFP