As autoridades de Uganda acusaram nesta terça-feira (26) os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF) pelos recentes atentados com bomba em Kampala e Lungala, este último reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Os investigadores estabeleceram vínculos entre as ADF e as explosões em um ônibus na segunda-feira a 30 quilômetros de Kampala e em um café da capital ugandesa no sábado.
A explosão que deixou um morto e vários feridos na segunda-feira à noite em um ônibus em Lungala na estrada que leva até a República Democrática do Congo (RDC) foi resultado de um ataque com homem-bomba, anunciou a polícia ugandesa nesta terça.
"Podemos confirmar que o incidente foi o resultado de um ataque de homem-bomba cuja única vítima foi seu autor", informou o porta-voz da polícia Fred Enanga, destacando que o kamikaze estava na lista de membros procurados das ADF.
A explosão ocorreu após o atentado com bomba em uma cafeteria em Kampala no sábado à noite, no qual morreu uma pessoa e outras três ficaram feridas.
Enanga afirmou que existe "um alto nível de conexão" entre os dois ataques.
"Há indivíduos ou grupos de indivíduos que preparam esses dispositivos explosivos improvisados que pertencem ao mesmo grupo de agressores", disse Enanga.
O ataque de sábado foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico na África Central, que apresenta as ADF como seu braço regional.
Esse mesmo grupo já reivindicou em 8 de outubro um atentado com bomba - que não deixou vítimas - contra uma delegacia policial em Kawempe, perto do lugar onde ocorreu a explosão de sábado.
As temidas ADF, historicamente um grupo rebelde ugandês, são acusadas de terem matado milhares de civis no leste da República Democrática do Congo.
Em março, os Estados Unidos vincularam oficialmente as ADF ao grupo Estado Islâmico.
A Igreja Católica da RDC afirma que as ADF mataram cerca de 6.000 civis desde 2013.
Os investigadores afirmaram que uma mulher de 20 anos morreu e outras três pessoas ficaram feridas na explosão de sábado.
A polícia informou que o ataque foi provocado por um dispostivo explosivo que continha pregos e pedaços de metal, cobertos por uma bolsa de plástico.
Também afirmou que a bomba rudimentar colocada debaixo de uma mesa indicava que foi obra de um grupo local pouco sofisticado e rejeitou qualquer ligação com redes estrangeiras.
* AFP