O Parlamento interino do Chade tomou posse na terça-feira (5), quase duas semanas depois que seus membros foram nomeados pela junta militar que governa o país após a morte do presidente Idriss Deby Itno.
O Parlamento retoma sua atividades um pouco tarde, cinco meses e meio depois que o general Mahamat Idriss Déby Itno assumiu o cargo de chefe da junta militar após a morte de seu pai, de modo que é incerto se as eleições serão realizadas dentro de um ano.
Os 93 membros do Conselho Nacional de Transição (CNT), nomeados no final de setembro pelo chefe do conselho, eleitos como presidente Haroun Kabadi, que já presidia a Assembleia Nacional no momento do falecimento de Idriss Déby Itno em Abril durante a luta contra os rebeldes.
Segundo a Constituição, Haroun Kabadi deveria ter sucedido Idriss Déby após sua morte, mas alegou problemas de saúde e deixou o general Mahamat Idriss Déby no comando.
"Nosso objetivo não é nos opor sistematicamente ao governo, mas buscar maneiras e meios de criar estabilidade", disse Kabadi, de 73 anos. Trata-se, disse ele, de "organizar eleições livres e transparentes para lançar as bases institucionais para um Chade pós-transição".
Este Parlamento, encarregado de aprovar uma Constituição que se supõe ser o resultado de um "diálogo nacional inclusivo", é composto por 93 membros nomeados por decreto do Chefe de Estado com base em quotas: pelo menos 30% dos deputados do Assembleia Nacional atual, 30% mulheres e 30% jovens.
Em 20 de abril, ao anunciar que o presidente Idriss Déby Itno havia morrido após 30 anos no poder, Mahamat Déby, de 37, se autoproclamou chefe de Estado à frente de um Conselho Militar de Transição (CMT), formado por outros 14 generais.
Nesse mesmo dia, a junta afastou o governo deste pobre país centro-africano, dissolveu a Assembleia Nacional, revogou a Constituição e prometeu "eleições livres e transparentes" após uma "transição" de 18 meses, renovável apenas uma vez.
* AFP