Centenas de jovens marcharam nesta sexta-feira (1º) pelo centro de Milão, no norte da Itália, para protestar contra a mudança climática liderados pela ativista sueca Greta Thunberg, que participa da cúpula de jovens de todo mundo organizada um mês antes da crucial conferência COP26.
— O inferno é mais fresco — dizia uma enorme faixa, atrás da qual as centenas de adolescentes marcharam.
Depois de quase dois anos de pandemia e de restrições que os obrigaram a se reunir apenas virtualmente, um mar de pessoas foi às ruas, como em 2019, para pedir medidas concretas — e menos promessas — dos líderes mundiais que se reunirão para a crucial conferência sobre mudança climática prevista para acontecer em novembro, em Glasgow, Escócia.
— Precisamos chamar a atenção para este imenso problema — disse à AFP Maria, 15 anos, que caminhava com o rosto pintado de verde e um traje de proteção branco.
— Estamos felizes por voltar às ruas — disse um adolescente italiano sob um pano verde gigante.
Além de Greta, símbolo do movimento, também estava presente a ativista ugandense Vanessa Nakate, 24 anos. Vanessa se tornou outro ícone desde que começou, em janeiro de 2019, uma greve solitária contra a inação da África diante da crise climática.
— O mundo está acordando, e a mudança está acontecendo agora. Goste você, ou não — dizia um dos cartazes, ao lado de outro com o clássico slogan "Não existe planeta B", ou ainda "Chega de blá-blá-blá", e junto do enorme banner "Vamos salvar a Terra".
A jovem Frida, 24 anos, uma estudante alemã que vive na Itália, reconhece que é preciso ir às ruas para sensibilizar as pessoas.
— Estamos mostrando que o problema do clima é importante para muita gente — afirma.
A marcha coincide com a reunião de ministros de cerca de 40 países, em Milão, em preparação para a COP26.
Na quinta-feira (30), o secretário-geral da ONU, António Guterres, estimulou os jovens do mundo todo a manterem a pressão sobre os governos para que "liderem pelo exemplo" e "prestem contas" de suas políticas de combate à mudança climática.
Guterres lembrou que "falta apenas um mês para a conferência climática mais importante depois da realizada em Paris em 2015", onde foi assinado um acordo histórico para a redução da temperatura do planeta.
— O tempo está se esgotando. Os pontos de inflexão irreversíveis se aproximam de forma alarmante. Temos um poder imenso. Podemos salvar nosso mundo, ou condenar a humanidade a um futuro infernal — advertiu.