Pelo menos 24 militares chadianos morreram, e vários ficaram feridos, em um ataque do Boko Haram na quarta-feira (4) na região do lago Chade, uma área próxima à fronteira com a República dos Camarões, alvo de ataques extremistas.
"Membros de uma patrulha descansavam ao retornarem, quando foram atacados pelo Boko Haram", disse à AFP o vice-prefeito da região de Bagasola, Haki Djiddi.
Ele informou que "24 militares morreram, vários estão feridos, e outros tantos se dispersaram".
O ataque ocorreu na ilha de Tchoukou Telia, 190 quilômetros ao noroeste de N'Djamena, confirmou o porta-voz do Exército, general Azem Bermandoa Agouna, que não quis fornecer um balanço para a AFP.
O lago Chade é uma imensa extensão de água e de pântanos com ilhotas habitadas em sua parte oeste, que faz fronteira com Níger, Camarões e Nigéria.
O Boko Haram e seu braço dissidente, o Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, em inglês), refugiam-se nessas ilhotas e aproveitam seu conhecimento sobre a região para lançarem seus ataques contra civis e militares.
Em abril de 2020, o presidente Idriss Déby Itno começou uma ofensiva militar contra os extremistas desta região, mas os ataques do Boko Haram continuaram.
Déby, que morreu em abril deste ano durante os combates contra um grupo rebelde, foi sucedido na liderança do Conselho Militar de Transição por seu filho, Mahamat Idriss Déby Itno.
O Boko Haram surgiu em 2009 no nordeste da Nigéria e se espalhou para os países vizinhos. Desde então, matou mais de 36.000 pessoas, principalmente na Nigéria, e provocou o deslocamento de 3 milhões de pessoas, segundo a ONU.
Em 2016, o grupo se dividiu em dois: a facção histórica, dirigida por Abubakar Shekau; e o ISWAP, afiliado ao Estado Islâmico. As autoridades chadianas chamam os dois grupos de "Boko Haram", indistintamente.
Em junho, o Boko Haram confirmou a morte de seu líder nos combates com o ISWAP.
* AFP