A Torre Eiffel reabriu nesta sexta-feira (16), ao meio-dia, após oito meses e meio sem visitantes, devido à pandemia de covid-19, mas com um fluxo limitado a 50% em seus elevadores e um passe de saúde obrigatório.
Após o período de fechamento mais longo do Pós-Guerra, os elevadores da "Dama de Ferro" voltaram a levar os turistas para apreciar a vista majestosa da capital francesa.
— É um presente estar aqui. Amamos Paris — disse Ila, que viajou de Hamburgo, na Alemanha, e esperou mais de duas horas com sua filha Helena para ser uma das primeiras a subir ao topo do icônico monumento.
Uma banda de música deu as boas-vindas aos primeiros visitantes, que se aglomeraram às dezenas na entrada do local. Mais de 70 mil ingressos já foram vendidos on-line até o final de agosto, metade para uma clientela francesa. Normalmente, os estrangeiros representam 80% dos visitantes.
— O turismo está de volta a Paris, e podemos mais uma vez compartilhar a felicidade com visitantes de todo mundo — declarou o diretor da empresa que administra a Torre Eiffel, Jean François Martins.
A empresa operadora precisou ser recapitalizada em 60 milhões de euros (em torno de US$ 70,7 milhões) para enfrentar um déficit de 120 milhões de euros (cerca de 141,5 milhões de dólares) acumulado durante os dois anos de crise.
Por enquanto, a torre receberá até 13 mil pessoas por dia. Antes da pandemia, recebia cerca de 25 mil.
Passe sanitário
A partir da quarta-feira da próxima semana, os visitantes deverão apresentar um comprovante de vacinação, ou um exame negativo de coronavírus, de acordo com as exigências recentemente impostas pelo governo francês, dado o aumento das infecções por covid-19.
— Obviamente, é uma complicação operacional adicional, mas é administrável — disse Jean François Martins à AFP.
As reservas antecipadas de ingressos para o período de férias de verão evidenciam as mudanças na indústria do turismo em Paris, devido às restrições de viagens.
Martins disse que há uma "ausência quase total" de britânicos com reservas de ingressos, enquanto 15% dos que procuraram são dos Estados Unidos, e alguns poucos, da Ásia.
Espera-se que metade dos visitantes sejam franceses, enquanto italianos e espanhóis têm uma proporção maior do que o normal. Também são esperados muito poucos viajantes de longa distância, como os asiáticos, que passam por agências de viagens.
Em meio às incertezas sanitárias e meteorológicas, "vamos vender muitos ingressos no dia", prevê Jean François Martins, que aposta em "uma boa metade" de tickets vendidos no local.
Neste período difícil, a obra-prima de Gustave Eiffel, que recebeu até 7 milhões de visitantes em 2014 e outros 6,2 milhões em 2019, também deve enfrentar o desafio logístico de pintar sua estrutura, imposto pela passagem de seus 132 anos de existência.