Ao menos 14 civis morreram durante combates entre soldados e milicianos no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), onde outras 8 pessoas foram linchadas pela população, informaram especialistas e o Exército nesta segunda-feira (5).
"Ao menos 14 civis morreram" na sexta-feira por milicianos da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco-URDPC) em três populações do território de Djugu, na província de Ituri, de acordo com o Barômetro de Segurança de Kivu (KST), um grupo de especialistas no leste do Congo.
Désiré Malodra, um funcionário da sociedade civil local, forneceu à AFP um saldo de 15 mortes em dois dias, sexta e sábado, nos confrontos entre o Exército congolenho e os milicianos de Codeco nesta parte de Djugu.
Um pouco mais ao sul, no território de Irumu, o Exército anunciou "a morte de oito civis linchados pela população" na quinta-feira em Komanda.
"Condenamos (esta forma de) justiça popular", que corre o risco de afundar toda a região em uma espiral de violência generalizada, disse à AFP o tenente Jules Ngongo, porta-voz do Exército na província de Ituri.
As oito vítimas do linchamento eram da comunidade de Banyabwisha, congolenhos hutus com origens distantes em Ruanda.
No início de junho, o governo de Kinshasa acusou membros desta comunidade de "cumplicidade" com as Forças Democráticas Aliadas (ADF), após o massacre de cinquenta civis no território de Irumu.
O Exército pediu para a população não "fazer justiça" com as próprias mãos, mas para "denunciar" os cúmplices dos grupos armados para que as forças de segurança lidem com eles.
A violência em Ituri começou no final de 2017 com a chegada das milícias de Codeco.
* AFP