União Europeia (UE), Reino Unido, Estados Unidos e Canadá fizeram, nesta segunda-feira (21), um anúncio coordenado de sanções a autoridades bielorussas pelo desvio de um avião, no final de maio deste ano, para deter um opositor político.
Uma nova lista negativa foi divulgada pelo bloco nesta segunda, instaurando o congelamento de contas e a proibição de vistos para os ministros bielorrussos da Defesa e dos Transportes.
Com 78 nomes e várias entidades, a lista de sanções foi divulgada após uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo. No encontro, os ministros também decidiram adotar medidas contra setores-chave da economia do governo de Alexander Lukashenko.
Sete pessoas - entre elas os ministros da Defesa, Viktor Jrenin; dos Transporte, Alexei Avramenko; e o comandante da Força Aérea, Igor Golub - e uma entidade ligada à navegação aérea foram punidas pelo desvio de um voo comercial operado pela Ryanair, em 23 de maio, para o aeroporto de Minsk. O objetivo da mudança de rota era prender dois passageiros: o jornalista bielorrusso dissidente Roman Protasevich e sua companheira russa, Sofia Sapega.
As outras 71 pessoas e sete entidades foram incluídas na lista negativa pela repressão exercida contra a oposição, ou por seu apoio ao regime autoritário no poder em Belarus.
Entre elas, estão três empresários - dois bielorrussos e um russo - e dois familiares do presidente Lukashenko: um de seus filhos, Dmitri Lukashenko, e uma nora, Lilia Lukashenko.
As sanções impostas a estas 78 pessoas e oito entidades são individuais. Os afetados passam a ter sua estada na UE proibida, e seus bens no bloco serão confiscados. Além disso, será proibido conceder financiamento europeu às entidades punidas.
A UE já havia adotado sanções contra 88 membros do governo bielorrusso, incluindo o próprio presidente.
Foi nesta mesma linha o anúncio feito hoje pelo Reino Unido, também com novas sanções contra sete autoridades de Belarus e à empresa exportadora de produtos petroleiros BNK pelo desvio da aeronave.
Foram anunciadas, ainda, medidas relacionadas a violações dos direitos humanos contra quatro pessoas e uma entidade, informou o ministério britânico das Relações Exteriores em um comunicado.
Reforçando este movimento, os Estados Unidos também impuseram sanções a vários funcionários do governo bielorrusso.
"Estas designações coordenadas demonstram o firme compromisso transatlântico de apoiar as aspirações democráticas do povo bielorrusso", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.
O Departamento do Tesouro dos EUA informou que vai congelar todos os ativos no país de 16 pessoas e de cinco entidades. Entre elas, está a secretária de Imprensa de Lukashenko, Natallia Mikalaeuna Eismant. Também ficará proibida qualquer transação com indivíduos e instituições incluídos nesta lista.
O Departamento de Estado acrescentou que proibirá a entrada no país de 46 funcionários bielorrussos.
Washington já havia imposto em maio uma série de sanções contra empresas estatais de Belarus.
* AFP