Os extremistas foram "expulsos" da cidade de Palma, afirmou nesta quarta-feira (7) o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, duas semanas depois do ataque violento contra esta cidade portuária do norte do país.
"Os terroristas foram expulsos de Palma", disse o chefe de Estado, em um discurso à nação transmitido pela televisão, acrescentando no entanto que ainda não é hora de "cantar vitória".
Em 24 de março, grupos armados realizaram um grande ataque reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) nesta cidade de 75.000 habitantes. Dezenas de civis morreram, além de policiais e militares, embora não haja um balanço oficial de vítimas até agora.
As autoridades moçambicanas disseram que recuperaram o controle da cidade na segunda-feira e que um número "importante" de milicianos islâmicos morreu nesta operação, segundo fontes militares.
Milhares de soldados foram enviados para Palma nos últimos dias. No entanto, desde o início desse conflito em 2017, as forças do governo não conseguiram combater com eficácia os rebeldes que semeiam o terror nesta província de Cabo Delgado, vizinha da Tanzânia, que é pobre mas rica em gás natural.
Os insurgentes são conhecidos como Al Shabab ("os jovens" em árabe) e juraram lealdade ao grupo EI.
"Nosso governo expressou à comunidade internacional o que precisa para combater o terrorismo e essas necessidades estão sendo analisadas", disse Filipe Nyusi.
O ataque de Palma deixou cerca de 11.000 deslocados, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Eles se juntam às mais de 670.000 pessoas que já foram obrigadas a abandonar suas casas por causa da violência na região, segundo a ONU.
Há duas semanas, centenas de habitantes da região vagam sem comida e sem acesso à água potável em direção às cidades vizinhas, algumas delas a centenas de quilômetros, onde esperam encontrar refúgio.
Na área do ataque, o grupo francês Total tem um megaprojeto de gás, mas a empresa evacuou toda a sua equipe e paralisou este plano bilionário.
* AFP