O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, parece encaminhar-se para um terceiro mandato, de acordo com os primeiros resultados parciais das eleições legislativas - que dão a vitória ao Partido Socialista (PS).
Estas eleições são cruciais para os sonhos da Albânia, um pequeno país pobre dos Bálcãs, de entrar na União Europeia, e Rama enfrentou uma oposição heterogênea determinada a acabar com seu poder e unida atrás do chefe do Partido Democrata (centro-direita), Lulzim Basha.
A oposição reivindicou vitória no domingo à noite, mas os resultados parciais divulgados nesta segunda-feira pela Comissão Central Eleitoral (CEC) dão ao PS de Rama cerca de 50% dos votos.
Com 43% dos votos apurados, os democratas e seus aliados obtiveram cerca de 39% dos votos, enquanto o MSI, fundado pelo presidente Ilir Meta - feroz adversário de Rama - obteve cerca de 7%.
"A tendência é clara" em favor dos socialistas rumo a uma vitória "mais importante" do que em 2017, quando conquistaram a maioria das 140 cadeiras no Parlamento, comentou à AFP o analista político Skender Minxhozi, que, no entanto, pediu cautela. O resultado final é esperado para terça-feira.
Acusado de autoritarismo, Rama, um pintor de 56 anos que está no comando do governo há oito, postou em sua página do Facebook uma foto do nascer do sol acompanhado da frase "Que amanhecer em Tirana!"
Por sua vez, os democratas continuam a reivindicar vitória. "Convido nossos eleitores a permanecerem calmos porque o partido venceu em toda a Albânia", afirmou Jorida Tabaku, chefe desta força.
O presidente Meta pediu aos eleitores que não "fiquem desmoralizados" e esperem pelos resultados completos. "Todos os votos nas urnas devem ser contados", declarou.
- "Integridade" -
Edi Rama pediu tempo para concluir os projetos de infraestruturas interrompidos pela pandemia e para continuar a reconstruir as milhares de casas destruídas por um forte terremoto no final de 2019.
Também lançou uma campanha massiva de vacinação que deve permitir imunizar 500.000 dos 2,8 milhões de albaneses até o final de maio e relançar a indústria do turismo, que foi gravemente afetada pela crise da saúde.
Seus oponentes o acusam de ligações com a corrupção organizada e fraude em eleições anteriores, entre outras coisas.
A votação decorreu sem incidentes e foi acompanhada de perto pelos países ocidentais após uma campanha marcada por insultos, acusações de corrupção e incidentes violentos.
Desde o fim do comunismo no início dos anos 1990 na Albânia, os perdedores sempre questionaram os resultados das eleições com acusações de fraude.
Na noite de domingo, os embaixadores dos Estados Unidos e da União Europeia visitaram um centro de votação em Tirana e pediram "integridade" na contagem.
Bruxelas deu luz verde ao início das negociações de adesão da Albânia, embora sem data, e o país prometeu fazer as alterações necessárias, começando pela reforma do sistema judicial e pela luta contra o crime organizado.
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* AFP