A Marinha da Indonésia, imersa em uma busca contra o tempo para localizar um submarino desaparecido com 53 pessoas a bordo, informou nesta sexta-feira (23) que detectou um "objeto flutuante", mas que não tem certeza se pertence à embarcação.
O "KRI Nanggala 402", construído há cerca de 40 anos, mergulhou na quarta-feira (21) pela manhã durante exercícios militares e, desde então, deixou de responder aos sinais. As autoridades militares consideram que as reservas de oxigênio da tripulação se esgotarão no início da manhã de sábado (24).
Na quinta-feira (22) à noite, a Marinha anunciou que detectou um "objeto" não identificado fortemente magnético entre 50 e 100 metros de profundidade. Vários navios de guerra com sonares foram enviados com a esperança de que se trate do submarino que estão procurando.
— Só temos até amanhã (sábado) às 3h, então estamos nos esforçando ao máximo hoje. Esperamos ter uma boa notícia — explicou o porta-voz da Marinha indonésia, Ashmad Riad.
Uma camada de hidrocarbonetos detectada ao norte da ilha de Bali, onde o submarino mergulhou, gerou temores de que o depósito da nave tenha quebrado, segundo os especialistas.
As autoridades militares anunciaram em um primeiro momento que o submarino poderia ter descido a uma profundidade de 700 metros, muito maior do que aquela para a qual foi projetado.
A embarcação, de fabricação alemã, pediu autorização para mergulhar como parte de exercícios militares que incluíam o disparo de torpedos.
Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (22) que enviaram tropas aerotransportadas para ajudar e dois navios australianos também estão a caminho, assim como reforços da Índia e da Malásia.
Já Singapura enviou um navio especializado em resgate de submarinos, o "MV Swift Rescue", que deve chegar no local no sábado.
"Pouco oxigênio"
No entanto, há cada vez menos esperanças de salvar a tripulação.
— Se houver grandes danos na nave, isso poderia significar várias coisas, por exemplo, que o espaço disponível para a tripulação é muito pequeno e que há pouco oxigênio — observou Collin Koh, especialista em assuntos navais e pesquisador na Escola de Estudos Internacionais S. Rajratnam de Singapura.
—Isso também poderia significar que os tanques de reservas de oxigênio também se danificaram, o que reduziria ainda mais o nível de oxigênio— completou.
Os submarinos são equipados para evitar o acúmulo de dióxido de carbono, mas esses dispositivos também poderiam estar danificados, o que representaria um grande perigo, acrescentou Koh à AFP.
— Não se trata apenas de ter oxigênio suficiente, mas também do nível de dióxido de carbono no interior, que poderia determinar o destino — da tripulação.