Ao menos 20.000 rohingyas fugiram de um incêndio que devastou campos de refugiados no sudeste de Bangladesh, no terceiro desastre nesses acampamentos em quatro dias, informaram as autoridades nesta segunda-feira (22).
"Ao menos 20.000 pessoas fugiram de suas casas por causa da propagação do fogo", disse à AFP o administrador do distrito de Cox's Bazar, Mamunur Rashid, acrescentando que até agora não houve vítimas.
Quase um milhão rohingyas, membros de uma minoria muçulmana birmanesa perseguida, vivem em condições muito difíceis em campos de Cox's Bazar, depois de fugirem da repressão militar em seu país em 2017.
As autoridades afirmaram que o incêndio começou em um dos 34 campos, que cobrem mais de 3.000 hectares e depois se espalhou para outros dois.
As imagens divulgadas online mostram nuvens de fumaça que saem dos acampamentos, enquanto centenas de bombeiros e trabalhadores humanitários combatiam as chamas e tentavam levar os refugiados para lugares seguros.
Mohamad Yasin, um rohingya que ajudava nas tarefas de combate ao incêndio, disse à AFP que o fogo continuava oito horas após seu início, e é o pior que já viu desde 2017.
Em janeiro, também houve outros dois incêndios que destruíram centenas de casas e ao menos quatro escolas da Unicef.
O governo de Bangladesh tenta persuadir os refugiados para que se realoquem em uma ilha no golfo de Bengala. Até agora, 13.000 rohingyas se estabeleceram por lá durante a temporada de furacões.
* AFP