As forças de segurança bielorrussas invadiram, nesta terça-feira (16), as casas de cerca de vinte jornalistas, militantes e responsáveis sindicais em Belarus, disseram fontes opositoras.
O governo do presidente Alexander Lukashenko enfrenta um forte movimento de protestos desde sua reeleição em agosto passado.
Entre os afetados está o presidente da Associação de Jornalistas bielorrussos, Andrei Bastounets, responsáveis sindicais e militantes associativos, segundo o centro Viasna de defesa dos direitos humanos, cujos estabelecimentos também receberam a visita policial.
"Entraram em dois escritórios e na minha casa. Levaram documentos e parte do material, sem me levar para a delegacia", explicou à AFP o diretor da Viasna, Ales Beliatski.
O Comitê de Investigação bielorrusso, encarregado das principais investigações criminosas, informou que essas buscas fazem parte de suas pesquisas sobre a organização e financiamento de "ações contra a ordem pública".
Bastounets, cujo escritório também foi invadido, anunciou no Telegram que foi detido brevemente e depois colocado em liberdade.
O presidente da associação de jornalistas afirmou que os investigadores o alertaram para não violar "o sigilo das investigações".
O comissário do Conselho da Europa para os direitos humanos, Dunja Mijatovic, denunciou uma situação "inaceitável".
Lukashenko afirmou na quinta-feira passada durante um congresso de responsáveis do governo que sua gestão triunfou contra os "ataques" e a "guerra relâmpago" lançada contra seu Executivo, em alusão ao movimento de protestos de 2020 que, segundo ele, é obra de um complô ocidental.
* AFP