As autoridades de Bangladesh continuavam nesta sexta-feira (29) com a polêmica transferência de milhares de refugiados muçulmanos rohingyas para uma ilha no Golfo de Bengala.
Mais de 1.750 refugiados rohingyas foram transportados por navios da Marinha nesta sexta do porto de Chittagong para a ilha Bhashan Char.
No total, mais de 3.000 refugiados devem ser transferidos para a ilha entre esta sexta e sábado, segundo as autoridades.
As chegadas esperadas elevam para cerca de 7.000 o número de rohingyas transferidos desde o início de dezembro dos acampamentos superlotados na fronteira com Mianmar para esta ilha de cerca de 52 km2, onde o governo planeja instalar um total de cerca de 100.000.
Grupos de direitos humanos denunciam este projeto, alegando que muitos rohingyas estão sendo forçados a partir.
Os refugiados vêm de campos que em 2017 abrigaram cerca de 750.000 rohingyas, uma minoria perseguida em Mianmar de maioria budista, fugindo de uma sangrenta campanha de repressão pelo Exército e milícias budistas classificadas como genocídio por investigadores da ONU.
Agências das Nações Unidas, incluindo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Organização Internacional para as Migrações (IOM) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), expressaram sua preocupação ao governo de Bangladesh em novembro de 2019, alegando que a ilha era isoladas e sujeita a inundações.
As autoridades querem realocar a maioria dos refugiados planejados para viver na ilha antes que a temporada de furacões comece em abril.
Bhashan Char, uma formação sedimentar que não existia há cerca de vinte anos, está localizada em uma área onde quase 700.000 pessoas morreram em tempestades nos últimos cinquenta anos.
* AFP