O Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, recebeu na segunda-feira (4) as visitas do presidente Donald Trump e de seu sucessor, Joe Biden. Ambos fizeram campanha pelas duas vagas no Senado que decidirão qual partido dominará a Casa e, portanto, com que facilidade avançará a agenda legislativa do democrata.
A Geórgia não elege um senador democrata há 20 anos. Se o partido de Biden conseguir o feito, o Senado ficaria com 50 cadeiras para cada legenda e a futura vice-presidente, Kamala Harris, teria o voto decisivo.
As eleições de segundo turno para ambos os partidos são, em grande parte, uma questão de participação, já que os candidatos e as campanhas se concentram em motivar suas bases e não tanto em conquistar novos eleitores
Na Geórgia, onde as mudanças demográficas e a perda do apoio republicano entre moderados com educação universitária nos subúrbios ajudaram os democratas a ascender, há estratégias familiares: os republicanos buscam aumentar o apoio entre os conservadores brancos rurais; os democratas se concentram nos centros urbanos.
Em seu discurso em Atlanta, Biden agradeceu aos eleitores da Geórgia por fazerem dele o primeiro candidato presidencial democrata a vencer no Estado em três décadas e pediu mais um apoio, dessa vez para a disputa no Senado.
— Diferente de qualquer outro momento da minha carreira, um Estado pode traçar o curso, não apenas dos próximos quatro anos, mas da próxima geração — afirmou.
O segundo turno no Estado opõe o veterano senador republicano Alfred Perdue, de 70 anos, e o jovem democrata Jon Ossoff, de 33. A outra vaga — em uma eleição especial pela aposentadoria do senador Johnny Isakson — vai ser disputada entre o democrata Raphael Warnock e a senadora estadual republicana Kelly Loeffler.
Warnock é representante da comunidade negra de Atlanta e desde 2005 é o pastor da Igreja Batista Ebenézer, a histórica congregação de Martin Luther King Jr. De acordo com pesquisas compiladas pelo site Five Thirty Eight, Ossoff aparecia com 49,3%, enquanto Purdue tinha 47,9%. A outra disputa também mostra o democrata à frente: Wardock tinha 49,6%, ante 47,6% de Loeffler.
Trump marcou seu comício para a cidade de Dalton, no noroeste do Estado. A região é uma base crucial de apoio republicano, mas a participação na votação antecipada foi decepcionante em muitos condados.
A ida de Trump à Geórgia ocorre dois dias após o telefonema ao secretário de Estado, o republicano Brad Raffensperger, em que o presidente pediu-lhe para "encontrar" 11.780 votos que lhe garantissem a vitória na região. Trump ainda tenta fazer os legisladores republicanos impedirem a certificação de Biden amanhã. O telefonema não foi mencionado por Biden durante seu discurso em Atlanta.
Em entrevista à Fox News no domingo (4), Perdue disse não achar que o telefonema teria impacto na eleição, mas estava chocado que um colega republicano "gravasse um presidente em exercício e depois vazasse isso." Perdue pediu a renúncia de Raffensperger em novembro.