Quatro barcos da Marinha de Bangladesh transportaram nesta terça-feira (29) o segundo e maior grupo de rohingyas dos campos de refugiados lotados para uma ilha remota, a três horas do continente, onde eles enfrentarão um futuro incerto.
As autoridades bengalesas iniciaram a transferência do segundo grupo na segunda-feira, com o transporte dos refugiados de ônibus até o porto de Chittagong, o ponto de saída para a ilha do golfo de Bengala afastada do continente e vulnerável a ciclones e inundações.
O governo insiste em que 1.800 membros desta minoria muçulmana, que estavam em acampamentos de refugiados desde que fugiram da perseguição militar em Mianmar, desejavam começar uma nova vida em Bhashan Char, aonde outros 1.600 royingyas chegaram no início do mês.
Ativistas dos direitos humanos expressaram, no entanto, dúvidas sobre as transferências. Eles afirmam que as barracas de alguns rohingyas nos campos da fronteira com Mianmar foram fechadas por cadeados, o que significa que não tiveram escolha.
O governo de Bangladesh deseja eventualmente realojar na ilha 100.000 dos quase um milhão de rohingyas que estão nos campos.
Os rohingyas carregava sacolas com seus pertences, incluindo brinquedos e galinhas, e tiravam selfies nos bancos de madeira dos barcos, durante as três horas de viagem entre Chittagong e Bhashan Char.
Blocos de moradias foram construídos na ilha para os rohingyas, o que o ministro das Relações Exteriores, A.K. Abdul Momen, chamou de "complexo precioso".
Mais de 700.000 refugiados muçulmanos rohingyas, minoria perseguida em Mianmar, fugiram em 2017 da limpeza étnica no oeste do país executada pelo Exército e pelas milícias budistas, que a ONU classificou de genocídio.
Bangladesh tenta agora encontrar uma solução duradoura para o êxodo dos rohingyas. As autoridades responsáveis pelos refugiados afirmam que eles encontrarão melhores instalações de moradia e mais segurança na ilha de Bhashan Char.
* AFP