O presidente dps Estados Unidos, Donald Trump participou nesta sexta-feira (20) da cúpula da APEC, três anos depois de sua última participação no fórum de cooperação econômica da Ásia e do Pacífico.
Os dirigentes do fórum participaram por videoconferência, por causa do coronavírus, pandemia que prometeram "derrotar".
"Nossas ações coordenadas e nossa cooperação são mais importantes do que nunca", explicaram os líderes de 21 economias da região, incluindo as duas maiores do planeta - Estados Unidos e China - que respondem por 60% do PIB mundial total.
Trump destacou "a liderança mundial dos Estados Unidos, incluindo nosso exitoso desenvolvimento de vacinas seguras e efetivas contra a covid-19", informou a Casa Branca.
Trump participou apenas da cúpula de 2017. Sua agenda comercial, rejeitando grandes acordos regionais e o confronto aberto com a China, gerou surpresa e preocupação na bacia do Pacífico Asiático.
Na abertura do fórum, que inclui também México, Peru e Chile, o presidente Xi Jinping apresentou seu país como o motor do comércio mundial e prometeu "abrir ainda mais as portas" de seu mercado nacional.
"Nenhum país se desenvolverá se mantiver as portas fechadas", disse Xi, alertando contra o protecionismo, sem mencionar explicitamente os Estados Unidos.
Mais tarde, Xi assegurou aos participantes do encontro que estuda a possibilidade de aderir ao grande tratado comercial que Trump rejeitou assim que chegou à Casa Branca, o Acordo de Cooperação Econômica Transpacífico (TPP).
A China "considerará ativamente ingressar no TPP", disse Xi, segundo a mídia estatal de seu país.
A APEC acontece uma semana depois da assinatura de outro grande acordo de livre comércio, entre a China e 14 países da Ásia e do Pacífico.
A Associação Econômica Integral Regional (RCEO na sigla em inglês) é um grande orgulho para Pequim. Mas a ausência de EUA e Índia é sentida.
- Não repetir os erros -
O RCEP é um concorrente direto do TPP que foi promovido durante a presidência do democrata Barack Obama.
Os países que assinaram o RCEP esperam que o acordo ajude suas economias afetadas pelo vírus a se recuperar. Durante a cúpula da Malásia, vários líderes da Apec alertaram novamente contra a tentação protecionista.
"Temos que comercializar e investir para sair da atual desaceleração econômica", explicou o primeiro-ministro da Malásia, Muhyiddin Yassin ao abrir a reunião.
"Os intercâmbios têm sido o motor do crescimento e da prosperidade da APEC desde o seu início há 30 anos", lembrou a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. "Diante dos grandes desafios econômicos, não devemos repetir os erros da história e nos refugiar no protecionismo", acrescentou.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, insistiu que "definir as regras para uma economia mundial livre e justa é de importância crucial".
Durante o mandato de quatro anos de Donald Trump na Casa Branca, as cúpulas da APEC foram afetadas pela guerra comercial sino-americana.
Em 2018, os dirigentes nem sequer conseguiram chegar a uma declaração comum.
* AFP