Por falta de antecipação diante da pandemia, o governo britânico teve de pagar cinco vezes mais do que o normal para adquirir material de proteção contra o coronavírus em um mercado com alta demanda - aponta um relatório publicado nesta quarta-feira (25).
Ao se dar conta de que os estoques do país, previstos para uma simples epidemia de gripe, não seriam suficientes, o governo fez um "grande esforço" para adquirir materiais de proteção como máscaras, reconheceu o Escritório Nacional de Auditoria (NAO, na sigla em inglês), entidade que controla as finanças públicas no Reino Unido.
Com o aumento da demanda global e ante as restrições às exportações em alguns países, as autoridades acabaram pagando "preços muito altos, dadas as condições de mercado tão incomuns", segundo o informe.
Entre fevereiro e julho, o Ministério da Saúde gastou £ 12,5 bilhões (US$ 16,6 bilhões) em 32 bilhões de artigos de proteção, diz o NAO.
O preço das máscaras aumentou 166%, e o dos sacos mortuários, 1.310% em relação ao ano anterior.
O auditor concluiu que, se o governo tivesse conseguido comprar este material a preços de 2019, as despesas até julho de 2020 teriam sido de £ 2,5 bilhões. Isso significa que o custo extra para os contribuintes foi de £ 10 bilhões.
O Executivo justificou a falta de licitações, argumentando que se tratava de uma situação de emergência e estabeleceu uma "via de alta prioridade" para favorecer empresas indicadas por ministérios, funcionários, parlamentares, ou dirigentes do serviço público de saúde, acrescentou a agência.
* AFP