O democrata Joe Biden, que está prestes a conquistar a Casa Branca, pediu nesta sexta-feira (6) aos americanos que virem a página em suas divisões, e prometeu que não perderá tempo diante da covid-19, no momento em que o país registrou um recorde de novos casos da doença pelo terceiro dia consecutivo.
Em discurso pronunciado em tom de presidente eleito, Biden repetiu que acredita na vitória, mas disse que irá aguardar o fim do processo eleitoral. Também garantiu que irá combater a pandemia, que deixou mais 127 mil infectados no país nas últimas 24 horas.
— Devemos deixar a raiva - e a demonização - para trás. É hora de nos unirmos como nação e nos curarmos — disse Biden em sua cidade natal, Wilmington, Delaware, acompanhado de sua companheira de chapa, a senadora Kamala Harris.
— Minha responsabilidade como presidente será representar toda a nação — assinalou o democrata, traçando um forte contraste com os quase quatro anos de governo provocador de Donald Trump.
Biden indicou que ele e Kamala já haviam se reunido com especialistas para discutir como conter o forte aumento dos casos de covid-19 no país, o mais atingido pela pandemia.
— Quero que todos saibam que, desde o primeiro dia, colocaremos em prática nosso plano para controlar esse vírus — garantiu. — Isso não pode trazer de volta nenhuma das vidas perdidas, mas irá salvar muitas vidas nos próximos meses.
Biden estava mais perto de tomar a Casa Branca do republicano Donald Trump, mas a apuração lenta dos votos seguiu mantendo os Estados Unidos e o mundo em suspense, três dias após o fechamento das urnas.
Trump advertiu nesta sexta-feira que seu rival não deveria reivindicar uma vitória eleitoral "erroneamente", apontando que ele também poderia assumir o triunfo. "Os processos judiciais estão apenas começando!", alertou no Twitter.
A vantagem do presidente, de 74 anos, foi diminuindo em vários Estados quando começaram a ser contados os votos pelo correio, que bateram recorde este ano devido à pandemia de covid-19, o que tem favorecido principalmente Biden.
Biden, 77 anos, continuava a crescer na Pensilvânia, que lhe daria 20 votos eleitorais cruciais para cruzar o limiar dos 270 votos exigidos no Colégio Eleitoral para ganhar a presidência dos Estados Unidos.
No Estado, terra natal de Biden, onde Trump venceu há quatro anos, o candidato democrata liderava por 20 mil votos, uma margem estreita, que, provavelmente, exigirá uma recontagem.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, Trump pareceu mais moderado, depois de um discurso na Casa Branca na véspera, em que insistiu nas acusações, sem provas, de fraude, que lançou na madrugada de quarta-feira, quando se declarou vencedor horas após o fechamento das urnas. No entanto, ele continuou a ameaçar ir à justiça para contestar supostos votos "ilegais".