Jacinda Arden foi reeleita neste sábado (17) primeira-ministra da Nova Zelândia. A líder trabalhista era considerada a candidata favorita para assumir o cargo por conta de sua gestão da crise do coronavírus no país.
Arden enfrentou nas urnas Judith Collins, do Partido Nacional. Sua estratégia de campanha, na qual as referências constantes aos sucessos na saúde ofuscaram totalmente as questões políticas, funcionou.
Com 5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia registrou apenas 25 mortes por coronavírus, e sua estratégia foi elogiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com exceção das fronteiras fechadas e da recessão econômica, a vida na Nova Zelândia já voltou a ser normal. A população pode circular sem restrições e frequentar bares e estádios.
Eleições adiadas
Na terça-feira (13), na Universidade Victoria, de Wellington, muitas pessoas afirmaram que a epidemia de covid-19 aumentou o apoio geral para uma primeira-ministra, cujo estilo e descontração seduziram para muito além do arquipélago.
Enquanto Ardern triunfava entre os estudantes, sua rival Collins participava de uma reunião de campanha na vizinhança de Wellington com cerca de 30 apoiadores.
Collins, ex-ministra da Polícia, de 61 anos, defendeu-se bem nos debates, mas sua campanha não decolou.
Em julho, ela assumiu as rédeas da oposição - tornando-se a quarta chefe do Partido Nacional em três anos -, mas recebeu apenas 31% das intenções de voto, 16 pontos a menos que o resultado obtido pela sigla conservadora em sua última vitória em 2014.
Collins ataca o governo pelas decisões nos controles fronteiriços, que provocaram a segunda onda epidêmica em julho, e afirma que seu partido será muito mais competente para liderar a reativação da economia.
No entanto, a segunda onda, que adiou as eleições em um mês, já foi controlada e a credibilidade do Partido Nacional em questão de finanças foi afetada por vários erros em suas propostas orçamentárias.
Embora a vitória dos trabalhistas pareça uma evidência, o suspense gira em torno do avanço a ser alcançado pelo partido de Ardern, que está em coalizão com os Verdes e com os populistas do Nova Zelândia Primeiro (New Zealand First, ou NZF), partido do vice-primeiro-ministro Winston Peters.