O governo espanhol decretou, nesta sexta-feira (9), a aplicação do estado de alarme por quinze dias em Madri e outros municípios vizinhos para reinstaurar o confinamento parcial que foi revogado na véspera pela Justiça e, assim, tentar conter a pandemia.
"Devem ser tomadas medidas para proteger a saúde dos moradores de Madri e evitar que se espalhe para outras comunidades autônomas", disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, em entrevista coletiva após o conselho extraordinário de ministros que aprovou a medida.
Com este decreto, o governo vai aplicar "as mesmas medidas" estabelecidas há uma semana, mas revogadas na quinta-feira por um tribunal regional superior, por entender que a lei utilizada pelo Executivo não limita "direitos e liberdades fundamentais".
Essas restrições afetam Madri e oito municípios da região, especialmente atingidos pelo aumento das infecções. No total, mais de 4 milhões de habitantes não poderão deixar suas cidades a não ser para trabalhar ou por motivos essenciais.
Além disso, a lotação dos estabelecimentos passa a ser limitada e os bares e restaurantes deverão fechar às 23h00.
A decisão do governo de esquerda de Pedro Sánchez é rejeitada pelas autoridades regionais de Madri, pertencentes ao conservador Partido Popular, que se opuseram a estas restrições generalizadas.
"A presidente da comunidade autônoma de Madri decidiu não fazer nada", criticou Illa sobre Isabel Díaz Ayuso, que queria convencer o governo a não declarar estado de alarme.
"A paciência tem limite, não há mais cego do que aquele que não quer ver", acrescentou o ministro, lembrando que outras cidades europeias tomaram medidas semelhantes com situações muito menos graves que Madri.
* AFP