Um petroleiro com bandeira panamenha, com mais de 270.000 toneladas de petróleo, estava em chamas nesta sexta-feira perto da costa do Sri Lanka, pelo segundo dia consecutivo, agravando os temores de um grande vazamento no Oceano Índico.
Navios do exército cingalês e da Guarda Costeira da Índia tentavam controlar as chamas, com a ajuda de um helicóptero de combate a incêndios. Outras embarcações da Marinha indiana estavam em rota para ajudar nas operações.
O "New Diamond", que transporta 270.000 toneladas de petróleo bruto e 1.700 de diesel, emitiu um pedido de socorro na quinta-feira, após uma explosão em uma sala de máquinas, quando estava a 60 quilômetros da costa cingalesa.
As Ilhas Maldivas, localizadas cerca de 1.000 quilômetros a sudoeste do Sri Lanka, expressaram preocupação com um eventual derramamento de óleo.
De acordo com a Guarda Costeira indiana, o casco do "New Diamond" tem uma fissura de dois metros acima da linha da água.
No entanto, o Centro de Gerenciamento de Desastres do Sri Lanka garantiu que não há perigo iminente de um vazamento de petróleo.
"Não é tão sério quanto parece", disse o diretor do centro, Sudantha Ranasinghe, à AFP. "O fogo não se espalhou para a carga. Assim que as chamas forem extintas, o navio será rebocado para águas mais profundas", explicou.
As autoridades cogitam um transbordo da carga, segundo o responsável.
Um marinheiro filipino morreu na explosão, confirmou a Marinha do Sri Lanka.
O terceiro oficial do petroleiro, também de origem filipina, está hospitalizado com queimaduras graves em Kalmunai, 360 km a leste de Colombo. Seu estado de saúde é estável, de acordo com o porta-voz da Marinha.
O petroleiro, de 330 metros de comprimento, do tipo VLCC (Very large crude carrier), tinha 23 tripulantes: 18 filipinos e cinco gregos. Todos foram retirados da embarcação na quinta-feira, exceto o corpo do marinheiro que faleceu na explosão.
O petroleiro saiu do Kuwait e tinha como destino o porto indiano de Paradip.
No final de julho, um petroleiro japonês, o "MV Wakashio", naufragou em um recife no sudoeste das Ilhas Maurício.
Três semanas depois, o navio se partiu em dois, após uma corrida contra o tempo para extrair o combustível que continha.
Enquanto isso, o "MV Wakashio" derramou mais de 1.000 toneladas de combustível que se espalharam pela costa, em particular por áreas protegidas de manguezais e espécies ameaçadas de extinção, e as águas cristalinas apreciadas pelos turistas.
As Maldivas estão preocupadas com um possível derramamento de petróleo do "New Diamond", o que poderia causar sérios danos ao meio ambiente.
Este arquipélago de 1.192 ilhas de coral depende da pesca e do turismo.
Ahmed Naseem, o ministro do Executivo das Maldivas, pediu medidas urgentes para proteger o território. Um derramamento de petróleo pode "ser um grande desastre", alertou.
* AFP