O líder da oposição do Malauí, Lazarus Chakwera, foi proclamado na noite deste sábado (27) o vencedor das eleições presidenciais, com vantagem de mais de 58% à frente do atual chefe de Estado, Peter Mutharika, que questionou os resultados antes de sua divulgação.
Ao final de quatro longos dias de apuração, o presidente da Comissão Eleitoral (MEC) local, Chifundo Kachale, confirmou a ampla vitória de Chakwera, ex-pastor evangélico de 65 anos.
"A Comissão declara que Lazarus Chakwera, que obteve 58,57% dos votos, alcançou a maioria requerida e foi eleito presidente do Malauí", declarou Chifundo Kachale em meio ao clamor dos apoiadores do vencedor.
"Sou um homem feliz, poderia dançar a noite toda", disse Chakwera à imprensa ao saber do anúncio, no qual lhe foi atribuída a vitória por mais de 800.000 votos de diferença sobre Mutharika (com 1.751.377 votos). Bem atrás ficou Peter Dominico Kuwani, que obteve 32.456 votos.
O Malauí votou nesta terça em novas eleições presidenciais, após a anulação por denúncias de fraude do pleito que levou à reeleição no ano passado o presidente Peter Mutharika (de 79 anos).
A participação foi de 64,81% dos eleitores, com o comparecimento nas urnas de 6,8 milhões de eleitores.
Este país pobre do sul da África foi este ano o segundo país do continente, depois do Quênia, em 2017, onde a Suprema Corte anulou as eleições.
Ao final de eleições celebradas em 21 de maio de 2019, a Comissão Eleitoral (MEC) proclamou vencedor Mutharika, com 38,57% dos votos, totalizando apenas 160.000 votos a mais que Chakwera (35,41%). Mas o adversário não aceitou os resultados, em sua opinião, fraudulentos.
Ele e outros candidatos contrários ao regime de Mutharika denunciaram um número suspeito de irregularidades na contagem dos votos. Seus juízes anularam as eleições em fevereiro.
A decisão de voltar a convocar os eleitores foi confirmada em maio, apesar dos apelos e das denúncias de um "golpe de Estado judicial" do presidente.
Mutharika e Chakwera voltaram, então, a lançar suas campanhas e multiplicaram os comícios com milhares de simpatizantes, pondo em risco as regras de proteção sanitária, devido à pandemia do novo coronavírus.
* AFP