Quatro pessoas morreram, incluindo um policial, nesta segunda-feira (29) em um ataque à Bolsa de Karachi, a capital financeira do Paquistão, uma ação reivindicada por um grupo separatista da província do Baluchistão.
O policial e três seguranças faleceram no ataque. O comandante da força de segurança local, Ghulam Nabi Memon, disse que os quatro criminosos foram mortos a tiros.
Os criminosos, incluindo ao menos dois que estavam vestidos ao estilo ocidental, chegaram de carro ao edifício, lançaram granadas e abriram fogo, informou Nabi Memon.
"Às 10H00 (2H00 de Brasília), eles tentaram entrar no edifício, mas foram interceptados na cerca instalada diante do prédio", disse à AFP Ahmed Chinoy, integrante do comitê de direção da Bolsa do Paquistão, que inclui as Bolsas de Karachi, Lahore e Islamabad.
Inicialmente a polícia da cidade anunciou o balanço de seis mortos, mas os números foram revisados. O hospital de Karachi, que recebeu os corpos, confirmou quatro vítimas fatais.
"Atirei para matar um deles (...) O segundo me viu e pegou uma granada. Atirei contra sua mão duas vezes e sua arma caiu", explicou Mohammad Rafiq, integrante da tropa de elite da polícia provincial.
O Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) reivindicou no Twitter o ataque cometido por membros da Brigada Majeed, uma unidade de combatentes que afirmou ter assumido o controle da área durante algum tempo.
"Abrimos uma investigação e em breve chegaremos aos responsáveis pelo ataque", disse o ministro do Interior, Ijaz Ahmad Shah.
O BLA publicou uma fotografia de quatro jovens vestidos com uniformes militares e com fuzis kalashnikov em um cenário de deserto e afirmou que eles eram os autores do "ataque suicida" contra a Bolsa.
Após o ataque, a Bolsa prosseguiu com as atividades normalmente. "As transações acontecem sem problemas e continuam. O índice de referência PSX é um dos mais eficazes da Ásia até o momento. É a resiliência do Paquistão", afirmou o analista Mohammed Sohail no Twitter.
A província do Baluchistão, na fronteira com Afeganistão e Irã, é a maior e mais pobre do Paquistão, apesar dos hidrocarbonetos e minerais.
Também é a mais instável do país. Nos últimos anos, o movimento de insurreição separatista e a violência de grupos islamitas provocaram centenas de mortes.
O BLA já executou outros atentados contra símbolos do que considera o saque de seus recursos por parte do governo do Paquistão.
O grupo também atacou interesses da China, que fez grandes investimentos no Paquistão, incluindo o porto em águas profundas de Gwadar, no Baluchistão.
O ataque contra a Bolsa de Karachi aconteceu 10 dias depois do lançamento de uma granada contra uma fila de espera em uma agência de ajuda social, um atentado que deixou um morto e oito feridos.
Após uma década de violência no Paquistão, que registrava atentados praticamente diários, a violência diminuiu consideravelmente no país e ataques como o da Bolsa são agora excepcionais.
A cidade portuária de Karachi registrou durante anos um elevado índice de criminalidade, mas recentemente era considerada mais segura devido a uma importante presença das forças de segurança.
* AFP